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SÍTIO ARQUEOLÓGICO

Sítio Arqueológico - Capa Oficial (low).jpg

[PORTUGUÊS]

"Sítio Arqueológico" é o terceiro álbum de Yantó, o primeiro lançado após sua mudança de nome artístico em 2017 (até então, o artista assinava como "Lineker", seu nome de batismo). O álbum tem produção do próprio músico em parceria com Tó Brandileone (5 a seco), e conta com 11 canções e três vinhetas.

Produção musical: Yantó & Tó Brandileone

Mixagem: Tó Brandileone

Masterização: Carlos Freitas

Imagens:

Direção criativa, beleza e styling: Alma Negrot

Foto: Gustavo Lemos

Retouch: Felipe Nogueira

Assistente de fotografia e iluminação: Jennifer Glass

Produção executiva e administrativa: Iolanda Sinatra

 

Distribuição: Tratore

Realização: ProAC Editais 2022

[ENGLISH]

"Sítio Arqueológico" is Yantó's third album, the first one released after his artistic name change in 2017 (previously, the artist was known as "Lineker," his birth name). The album is produced by the musician himself in collaboration with Tó Brandileone (from 5 a seco) and features 11 songs and three interludes.

Musical Production: Yantó & Tó Brandileone

Mixing: Tó Brandileone

Mastering: Carlos Freitas

 

Images:

Creative Direction, Beauty, and Styling: Alma Negrot

Photo: Gustavo Lemos

Retouch: Felipe Nogueira

Photography and Lighting Assistant: Jennifer Glass

Executive and Administrative Production: Iolanda Sinatra

Distribution: Tratore

Realization: ProAC Editais 2022

[ESPAÑOL]

"Sítio Arqueológico" es el tercer álbum de Yantó, el primero lanzado después de su cambio de nombre artístico en 2017 (anteriormente, el artista firmaba como "Lineker", su nombre de nacimiento). El álbum cuenta con la producción del propio músico en colaboración con Tó Brandileone (5 a seco) e incluye 11 canciones y tres vinetas.

Producción musical: Yantó & Tó Brandileone

Mezcla: Tó Brandileone

Masterización: Carlos Freitas

Imágenes:

Dirección creativa, belleza y estilismo: Alma Negrot

Foto: Gustavo Lemos

Retoque: Felipe Nogueira

Asistente de fotografía e iluminación: Jennifer Glass

Producción ejecutiva y administrativa: Iolanda Sinatra

Distribución: Tratore

Realización: ProAC Editais 2022

(by Tarita de Souza)

1. Abre alas

(Yantó)

 

eu vim aqui 

um pé na sorte, outro na tradição

meu tempo é torto e quem quiser me ouvir

há de notar fartas contradições

eu me oriento em outra direção

meu corte é seco

e quem quiser tentar

abrindo o peito

pode me alcançar

lhe dou direito

venha contestar

 

se a coragem balançar

eu canto

se a palavra não bastar

eu danço

se o caminho se fechar

invento um par de asas pra voar

 

revejo aqui

o velho medo de desagradar

meu corpo é rouco e quem quiser despir

em carne viva queira se deitar

lamber a dor e ao gozo se entregar

queimar o nome

sem hesitação 

matar o homem

que há na certidão

olhar pra longe

e não negar perdão

Synths, vocais, vocoders, programações: Yantó

Bandolim: Fábio Peron

Percussões: Leandro Vieira

1. Abre alas

(Yantó)

[The English translation for "Abre Alas" would be "Open the Way" or "Clear the Way." This term is commonly used in the context of Carnival celebrations in Brazil to request passage and make way for the festivities.]

I came here

One foot in luck, the other in tradition

My time is crooked, and anyone who wants to hear me

Will notice abundant contradictions

I navigate in a different direction

My cut is sharp

And whoever wants to try

By opening their heart

Can reach me

I give you the right

Come and challenge me

If courage falters

I sing

If words are not enough

I dance

If the path closes

I'll invent a pair of wings to fly

I revisit here

The old fear of displeasing

My body is hoarse, and whoever wants to undress it

In raw flesh, may lie down

Lick the pain and surrender to pleasure

Burn their name

Without hesitation

Kill the man

On the birth certificate

Look into the distance

And not deny forgiveness

Synths, vocals, vocoders, programming: Yantó

Mandolin: Fábio Peron

Percussion: Leandro Vieira

1. Abre alas

(Yantó)

[La traducción al español de "Abre Alas" sería "Abre el Camino" o "Despeja el Camino". Este término se utiliza comúnmente en el contexto de las celebraciones de Carnaval en Brasil para solicitar paso y abrir paso a las festividades.]

Aquí llegué,
un pie en la suerte, otro en la tradición,
mi tiempo es torcido y quien quiera escucharme,
deberá notar abundantes contradicciones.
Me oriento en otra dirección,
mi corte es seco,
y quien quiera intentar,
abriendo el pecho,
puede alcanzarme,
le doy derecho,
ven y cuestiona.

Si la valentía titubea,
yo canto,
si la palabra no es suficiente,
yo bailo,
si el camino se cierra,
invento un par de alas para volar.

Reviso aquí,
el viejo miedo de desagradar,
mi cuerpo es ronco y quien quiera desvestirme,
en carne viva quiera acostarse,
lamer el dolor y entregarse al placer,
quemar el nombre,
sin vacilación,
matar al hombre,
que está en el certificado,
mirar lejos,
y no negar perdón.

Sintetizadores, vocales, vocoders, programaciones: Yantó

Bandolín: Fábio Peron

Percusiones: Leandro Vieira

2. Será que ele é?

(Yantó)

 

Será que ele é?

Será que ele é?

Será que ele é?

Será que ele é?

 

Olhando a sua cabeleira solta no vento

livre leve sou levado num querer 

que já não quero e nem posso esconder

 

Em cada abraço demorado quando nos vemos

Pele, pélvis, peito, coxa a coxa 

paulatinamente piro sem saber

 

Maomé, Jesus Cristinho

pedacim de mal caminho

transviado a lhe querer

sem caixinha pra você

te quero assim

mistério assim

me atiça mais

um pouco mais

Assobios e violões: Tó Brandileone

Bateria: Alana Ananias

Synths, vocais, vocoders, piano e programações: Yantó

2. Será que ele é?

(Yantó)

[In Brazil, there is a Carnival song whose lyrics persistently question if a guy is___(it doesn't says what), in a sense, questioning his sexuality. It's a song with a derogatory and homophobic character. In his song, Yantó parodies that chorus and subverts that logic, using the question to play with a game of flirtation and desire, bringing an affirmative and positive character to the question and to diverse sexualities.]

Is he, is he, is he, is he?

Looking at his hair flowing in the wind,
Free and light, I am carried away by a desire
That I no longer want and can't hide.

In each lingering embrace when we meet,
Skin, pelvis, chest, thigh to thigh,
I gradually ignite without knowing if he is.

Maomó, Jesus Cristinho
A bit of a naughty path,
Misguided, I desire you,
No box for you,
I want you like this,
Mystery like this,
Please, ignite me more,
A little more.

Whistles and guitars: Tó Brandileone

Drums: Alana Ananias

Synths, vocals, vocoders, piano, and programming: Yantó

2. Será que ele é?

(Yantó)

[En Brasil, existe una canción de Carnaval cuyas letras persistentemente cuestionan si un chico es ___ (no se especifica qué), en cierto sentido, cuestionando su sexualidad. Es una canción con un carácter derogatorio y homofóbico. En su canción, Yantó parodia ese estribillo y subvierte esa lógica, utilizando la pregunta para jugar con un juego de coqueteo y deseo, otorgando un carácter afirmativo y positivo a la pregunta y a las diversas sexualidades.]

¿Será que es él?
¿Será que es él?
¿Será que es él?
¿Será que es él?

 

Mirando su melena suelta al viento
libre y ligero, me dejo llevar por un querer que ya no quiero y no puedo ocultar

 

En cada abrazo prolongado cuando nos encontramos
Piel, pelvis, pecho, muslo a muslo
paulatinamente me pierdo sin saber


Mahoma, Jesucristito
pedacito de mal camino
desviado al quererte
sin cajita para ti
te quiero así
misterioso así
me provoca más
un poco más

Silbidos y guitarras: Tó Brandileone
Batería: Alana Ananias
Sintetizadores, vocales, vocoders, piano y programaciones: Yantó

3. C/L

(Yantó)

Samples, programações, áudio ambiente: Yantó

3. C/L

[The abbreviation "C/L" commonly used on the Grindr app stands for "hosting" or "I have a place to host." It indicates that the person is able to accommodate or receive someone at their location.]

Samples, programming, ambient audio: Yantó

3. C/L

[La abreviatura "C/L", comúnmente utilizada en la aplicación Grindr, significa "tengo un lugar para recibir". Indica que la persona puede recibir a alguien en su ubicación para un encuentro sexual.]

Muestras, programación, audio ambiente: Yantó

(by Tarita de Souza)

4. Gato

(Yantó)

Um gato do mato

Perdido na cidade

Seu corpo vitrine

Me espera ao fim da tarde

 

Me conta segredos

Se exibe com vaidade

Me faz de brinquedo

e me chama de covarde

 

Diz que quer ser ator

Fez teste pra televisão

Deixou no interior

A mãe viúva e seu irmão

Que seja como for

Já tem na manga outra opção

Sei que espalhando amor

Seu nome vai ganhando o chão

 

Bichano menino

Penugem de pavão

Adão feminino

Me quer sem discrição

 

Deitado em meu peito

Me tem na sua mão

Me atiça e num beijo

Me faz revolução

 

Diz que tudo mudou

Que eu sou de outra geração

Que a discussão andou

e o binarismo é uma prisão

O corpo abandonou

Todo tabu e obrigação

E a blogueira falou

Que todo gosto é construção

 

Emojis e Meme

Me escreve que hoje não

Lhe toco Caetano

Lisonjas de leão

 

Me esquece e some

Me deixa em suspensão

Garoto felino

Comeu meu coração

 

E eu guardo desse amor

Toda tortura e mansidão

Tudo que se falou

Cada besteira e solução

Tanto se revelou

Em glória e gozos de paixão

E um vento ateu soprou

Tudo que aqui se fez canção

Percussão: Leandro Vieira

Synth: Tó Brandileone

Synths, samples, vocais, vocoders, piano e programações: Yantó

4. Gato

(Yantó)

[This song alludes to another very popular song in Brazil called "Tigresa," composed by Caetano Veloso. In Brazil, the word "gato" has a dual meaning. It can refer to the animal "cat," similar to its meaning in English. However, it also carries a colloquial and informal slang meaning, where "gato" is used to describe a "handsome" or "good-looking" boy or man. This slang usage is commonly used in a complimentary manner when referring to someone who is attractive or charming in a romantic or physical sense. It's important to note that this slang usage of "gato" is not derogatory and is typically a friendly or affectionate way to describe someone's physical appearance.]

A cat from the wild,

Lost in the cityscape,

His body, a storefront,

Awaits me at day's end.

He whispers secrets,

Parades with pride,

Turns me into a plaything,

And calls me a coward.

Says he wants to be an actor,

Auditioned for television,

Left behind in the countryside,

A widowed mother and his brother.

However it may be,

He already has another option up his sleeve,

I know that by spreading love,

His name is gaining ground.

Boyish beauty,

Feathers like a peacock,

Feminine Adam,

Desires me without restraint.

Lying on my chest,

He has me in his hand,

He teases me, and with a kiss,

He ignites a revolution.

Says that everything has changed,

That I belong to a different generation,

That the discussion has moved on,

And binary is a prison.

His body abandoned

All taboos and obligations,

The blogger girl said

That every preference is a construct.

Emojis and Memes,

He writes to me, "not today,"

I play a Caetano Veloso song for him,

Flattery of a lion.

Forgets me and vanishes,

Leaves me in suspense,

A feline boy,

Devoured my heart.

And from this love, I hold

All the torment and tenderness,

Everything that was said,

Every folly and solution,

So much was revealed,

In the glory and joys of passion,

And an atheist wind blew

Everything that became a song here.

Percussion: Leandro Vieira

Synth: Tó Brandileone

Synths, samples, vocals, vocoders, piano, and programming: Yantó

4. Gato

(Yantó)

[Esta canción alude a otra muy popular en Brasil llamada "Tigresa", compuesta por Caetano Veloso. En Brasil, la palabra "gato" tiene un doble significado. Puede referirse al animal "gato", similar a su significado en inglés. Sin embargo, también tiene un significado coloquial e informal, donde "gato" se utiliza para describir a un chico o hombre "guapo" o "atractivo". Este uso coloquial se emplea comúnmente de manera elogiosa al referirse a alguien que es atractivo o encantador en un sentido romántico o físico. Es importante destacar que este uso coloquial de "gato" no es peyorativo y suele ser una forma amigable o cariñosa de describir la apariencia física de alguien.]

Un gato del bosque
Perdido en la ciudad
Su cuerpo vitrina
Me espera al caer la tarde


Cuenta me secretos
Se exhibe con orgullo
Me toma como juguete
y me llama cobarde


Dice que quiere ser actor
Hizo pruebas para la televisión
Dejó en el interior
A su madre viuda y a su hermano
Sea como sea
Ya tiene otra opción en la manga
Sé que esparciendo amor
Su nombre va ganando terreno


Bichito travieso
Pelusa de pavo real
Adán femenino
Me quiere sin discreción


Acostado en mi pecho
Me tiene en sus manos
Me provoca y con un beso
Hace una revolución


Dice que todo cambió
Que yo soy de otra generación
Que la discusión avanzó
y el binarismo es una prisión
Dejó atrás el cuerpo
Todo tabú y obligación
Y la bloguera dijo
Que todo gusto es construcción


Emojis y memes
Me escribe que hoy no
No toco a Caetano
Lisonjas de león


Me olvida y se va
Me deja suspendido
Chico felino
Se comió mi corazón


Y yo guardo de este amor
Toda la tortura y la mansedumbre
Todo lo que se dijo
Cada tontería y solución
Tanto se reveló
En la gloria y los éxtasis del amor
Y un viento ateo sopló
Todo lo que aquí se hizo canción


Percusión: Leandro Vieira
Sintetizador: Tó Brandileone
Sintetizadores, muestras, vocales, vocoders, piano y programaciones: Yantó

5. 1927 (Wings)

(Yantó)

com o coração na boca

um frio na barriga

um fogo entre as coxas

 

o olhar na tela espelho

o beijo admirável

o ar fugindo ao peito
 

c'est la guerre, mon ami

don't go jack!

just stay here with me

for while

 

cinema transcendental

vertigem na saída

o que será da vida

 

um silêncio indefinido

assunto proibido

o trem fugindo aos trilhos

 

c'est la guerre, mon ami

don't go jack!

just stay here with me

for while

 

o encontro inevitável

tenso alucinante

o inusitado amante

 

o banheiro, a chuva, o jogo

a pista, o carro, o gozo

o beijo, a fuga, o nojo

 

c'est la guerre, mon ami

don't go jack!

just stay here with me

for while

 

um querer assim absurdo

o medo tornou mudo

a culpa fez impuro

 

o segredo a terra aguarda

a esposa em si, fachada

a cruz, o fim da estrada

 

c'est la guerre, mon ami

don't go jack!

just stay here with me

for while

Percussão: Leandro Vieira

Trompete e trombone: Will Bone

Synths, vocais, vocoders, piano e programações: Yantó

5. Wings (1927)

(Yantó)

With my heart in my mouth

A chill in the belly

A fire between the thighs

The gaze on the screen, a mirror

The admirable kiss

The breath escaping from the chest

It's the war, my friend

Don't go, Jack!

Just stay here with me

For a while

Transcendental cinema

Dizziness at the exit

What will become of life

An indefinite silence

A forbidden topic

The train derailing from the tracks

It's the war, my friend

Don't go, Jack!

Just stay here with me

For a while

The inevitable encounter

Tense and exhilarating

The unexpected lover

The bathroom, the rain, the game

The track, the car, the climax

The kiss, the escape, the disgust

It's the war, my friend

Don't go, Jack!

Just stay here with me

For a while

A desire so absurd

Fear rendered speechless

Guilt made impure

The secret the earth awaits

The wife within, a facade

The cross, the end of the road

It's the war, my friend

Don't go, Jack!

Just stay here with me

For a while

Percussion: Leandro Vieira

Trumpet and trombone: Will Bone

Synths, vocals, vocoders, piano, and programming: Yantó

5. Wings (1927)

(Yantó)

Con el corazón en la boca
un frío en el estómago
un fuego entre las piernas


la mirada en la pantalla, espejo
el beso admirable
el aire escapa del pecho


c'est la guerre, mon ami
no te vayas, Jack
quédate aquí conmigo
por un momento

Cine trascendental
vértigo en la salida
¿qué será de la vida?


un silencio indefinido
tema prohibido
el tren escapa de los rieles


c'est la guerre, mon ami
no te vayas, Jack
quédate aquí conmigo
por un momento

El encuentro inevitable
tenso y alucinante
el amante inusitado


el baño, la lluvia, el juego
la pista, el coche, el éxtasis
el beso, la fuga, el disgusto


c'est la guerre, mon ami
no te vayas, Jack
quédate aquí conmigo
por un momento

Un deseo tan absurdo
el miedo se volvió mudo
la culpa lo hizo impuro


el secreto le espera la tierra
la esposa en sí, fachada
la cruz, el final del camino


c'est la guerre, mon ami
no te vayas, Jack
quédate aquí conmigo
por un momento

Percusión: Leandro Vieira

Trompeta y trombón: Will Bone
Sintetizadores, vocales, vocoders, piano y programaciones: Yantó

(by Tarita de Souza)

6. Príncipe

(Yantó)

príncipe das palavras ocas

miragem cibernética

motivação pastiche

a me seduzir

nas glórias 

de tuas histórias

 

e eu daqui

feito cão diante

de um forno   

a carne em brasa

posso até sentir

a doce penugem

teu riso protuso

em minha boca

Bateria: Alana Ananias

Synth: Tó Brandileone

Synths, vocais, piano: Yantó

6. Príncipe

(Yantó)

Prince of empty words

A cyber mirage

A pastiche motivation

That entices me

In the glories

Of your stories

And I, here,

Like a dog

In front of an oven

Flesh ablaze,

I can even feel

The sweet down

Your protruding laughter

In my mouth

Drums: Alana Ananias

Synth: Tó Brandileone

Synths, vocals, piano: Yantó

6. Príncipe

(Yantó)

Príncipe de palabras huecas
Miraje cibernético
Motivación pastiche
Que me seduce
En las glorias
De tus historias


Y yo aquí
Como un perro frente
A un horno
La carne en brasas
Puedo sentir
La suave pelusa
Tu risa puntiaguda
En mi boca

Batería: Alana Ananias
Sintetizador: Tó Brandileone
Sintetizadores, vocales, piano: Yantó

7. CABIMENTO

(Yantó)

 

Não venha me dizer que essa história chegou ao fim

não há porque escolher entre dois corações amantes

há palco pra nós dois

é bom pra variar

é bom pra não cansar

das flores nem dos floreios

Não há porque calar uma voz que saiu do tom

E sabe que o desejo não tem cabimento ou lei

Eu não me importo em dividir

Teu corpo teus carinhos

Se Deus fez dois ouvidos

Eu só te peço um

Não jogue fora o nosso amor

Voz e vocoder: Yantó

7. CABIMENTO

(Yantó)

Don't come and tell me this story has reached its end
There's no reason to choose between two loving hearts
There's a stage for both of us
It's good for a change
It's good not to tire
Of the flowers or the embellishments

There's no reason to silence a voice that has gone off-key
And knows that desire has no room or law
I don't mind sharing
Your body and your affections
If God made two ears
I only ask for one

Don't throw away our love

Voice and vocoder: Yantó

7. CABIMENTO

(Yantó)

No me digas que esta historia ha llegado a su fin

no hay razón para elegir entre dos corazones amantes

hay escenario para ambos

es bueno para variar

es bueno para no cansarse

de las flores ni de los adornos

No hay razón para silenciar una voz que se desafina

Y sabe que el deseo no tiene cabida ni ley

No me importa compartir

Tu cuerpo, tus caricias

Si Dios hizo dos oídos

Solo te pido uno

No deseches nuestro amor

Voz y vocoder: Yantó

8. Ladeiras

(Bruna Moraes / Yantó / Guilherme Kafé)

 

subindo essas ladeiras escuras

da tua pele

dá pra ver nascer uma luz

quente tua boca incandescente        

 

subindo essas ladeiras escuras

da tua pele

vejo refletindo nu

teu corpo o suor brilhando

e tudo o que vejo é o meu beijo

é o meu beijo é o meu beijo

insano e profundo

 

e quando meu olhar pousar,    

se demorar no teu olhar

eletrizado o quarto, o teto, o ar vai condensar

e nossos corpos vão chover

e as ruas da cidade toda em gozo a ressoar

 

aaa, aaa, aaaa

Percussão: Leandro Vieira

Synths, vocais, vocoders, piano e programações: Yantó

8. Ladeiras

(Bruna Moraes / Yantó / Guilherme Kafé)

Climbing these dark slopes

Of your skin,

I can see the birth of a warm light,

Your incandescent mouth.

Climbing these dark slopes

Of your skin,

I see, reflecting in the nude,

Your body, glistening with sweat,

And all I see, all I see,

Is my kiss, is my kiss,

Insane and profound.

And when my gaze lands,

Lingers on your gaze,

Electrifying the room, the ceiling, the air will condense,

And our bodies will rain,

And the streets of the entire city will resound with pleasure.

Aaa, aaa, aaaa

Percussion: Leandro Vieira

Synths, vocals, vocoders and programming: Yantó

8. Ladeiras

(Bruna Moraes / Yantó / Guilherme Kafé)

Ascendiendo por estas colinas oscuras
de tu piel
se puede ver nacer una luz
cálida, tu boca incandescente

Ascendiendo por estas colinas oscuras
de tu piel
veo reflejado al desnudo
tu cuerpo, el sudor brillando


y todo lo que veo es mi beso
es mi beso, es mi beso
insano y profundo

Y cuando mi mirada se posa,
si se demora en tu mirada
electrificará la habitación, el techo, el aire se condensará
y nuestros cuerpos lloverán
y las calles de la ciudad resonarán en éxtasis

aaa, aaa, aaaa

Percusión: Leandro Vieira
Sintetizadores, vocales, vocoders, piano y programaciones: Yantó

9. Água Benta

(Yantó / Dylan McKinstry)

 

Inside my body flows a river

Full of white rocks and holly water

Come swim with me, show me your secrets

Oxum will cover us with her gold

 

Ora iê iê ô

Ora iê iê ô

 

Na cachoeira eu te espero

Um lírio branco te ofereço

Espelho d'água em seu sorriso

Abençoados nos banhamos

 

Ora iê iê ô

Ora iê iê ô

Ora iê iê ô

Ora iê iê ô

 

Ai, só mamãe Oxum at the waterfall

Ai, só mamãe Oxum, eu, você e o sol

Synths, vocais, piano, percussão corporal e programações: Yantó

9. Água Benta

(Yantó / Dylan McKinstry)

 

Dentro do meu corpo corre um rio

Cheio de pedras brancas e água benta

Venha nadar comigo, me mostre os seus segredos

Oxum vai nos cobrir com seu ouro

 

Ora iê iê ô

Ora iê iê ô

 

By the waterfall, I await you

A white lily I offer to you

A mirror of water in your smile

Blessed, we immerse ourselves

 

Ora iê iê ô

Ora iê iê ô

Ora iê iê ô

Ora iê iê ô

 

Oh, only Mother Oxum at the waterfall

Oh, only Mother Oxum, you, me, and the sun

Synths, vocals, piano, body percussion, and programming: Yantó

* "Ora iê iê ô" is a greeting in the Afro-Brazilian religion Candomblé, typically used to invoke or salute the deities (Orishas). It doesn't have a direct translation in English, but it is a ceremonial expression used in rituals and prayers to show reverence and respect to Oxum.

9. Água Benta

(Yantó / Dylan McKinstry)

 

Dentro de mi cuerpo fluye un río
Lleno de piedras blancas y agua sagrada
Ven a nadar conmigo, muéstrame tus secretos
Oxum nos cubrirá con su oro


Ora iê iê ô
Ora iê iê ô

En la cascada te espero
Te ofrezco un lirio blanco
Espejo de agua en tu sonrisa
Bendecidos nos bañamos


Ora iê iê ô
Ora iê iê ô
Ora iê iê ô
Ora iê iê ô

Ay, solo mamá Oxum en la cascada
Ay, solo mamá Oxum, tú, yo y el sol

 

Sintetizadores, vocales, piano, percusión corporal y programaciones: Yantó

* "Ora iê iê ô" es un saludo en la religión afrobrasileña del Candomblé, comúnmente utilizado para invocar o saludar a las deidades (Orishas). Es una expresión ceremonial utilizada en rituales y oraciones para mostrar reverencia y respeto a Oxum.

(by Tarita de Souza)

10. Bença

​(áudio da minha Avó)

11. Maria

(Yantó)

acorda cedo

e vai pra cozinha

abre a janela

um frio na espinha

enche a chaleira

ouve o jornal

regra o açúcar

varre o quintal

 

enquanto o sol 

colore a geada

e o trem de ferro

apita a chegada

acende a vela

reza pra virgem

lembra da infância

o som do trapiche

 

será, maria, que o tempo dura mais?

será que a vida nos guarda um pouco mais?

 

de vez em quando 

o filho que liga

quando entra o ano

vem de visita

traz o presente

traz a família

olha o relógio

apressa a partida

 

o fim dia

traz a novela

mais uma chama

mais uma vela

quanto mistério

cabe em seu terço

quantos desejos

quantos avessos

 

será, maria, que o tempo dura mais?

será que a vida nos guarda um pouco mais?

Piano, voz e sample: Yantó

10. Bença

[Yantó's grandmother whatsapp audio blessing him during a trip]

11. Maria

(Yantó)

Early she rises,
Into the kitchen, she goes,
Opens the window,
A chill down her spine flows.

The kettle she fills,
Listening to news unfold,
Measures the sugar,
Sweeps the yard, so bold.

While the sun paints frost,
And the train's arrival is sung,
She lights a candle,
Prays to the Virgin,
Recalls her childhood,
Sounds of the old pier.

I wonder, Maria, will time linger long?

Does life keep a bit more for us, along?

Now and then,
Her son gives a call,
When the new year dawns,
He visits, standing tall,
Bringing gifts in hand,
With family by his side,
She checks the clock,
Hastens his ride.

End of the day,
Brings soap operas bright,
One more flame,
One more candle, alight,
How many mysteries,
Fit in her rosary beads,
How many wishes,
How many misdeeds.

I wonder, Maria, will time linger long?
Does life keep a bit more for us, along?

Piano, voice, and sample: Yantó

10. Bença

​[Mensaje de voz por WhatsApp de la abuela de Yantó bendiciéndolo durante un viaje.]

11. Maria

(Yantó)

Despierta temprano
y va a la cocina
abre la ventana
un frío en la espina
llena la tetera
escucha el periódico
regula el azúcar
barre el patio

mientras el sol
colorea la escarcha
y el tren de hierro
su llegada anuncia
enciende la vela
reza a la virgen
recuerda la infancia
el sonido del trapiche

¿Será, María, que el tiempo perdura más?
¿Será que la vida nos guarda un poco más?

De vez en cuando
el hijo que llama
cuando comienza el año
viene de visita
trae el regalo
trae a la familia
mira el reloj
apura la partida

El final del día
trae la telenovela
una llama más
una vela más
cuánto misterio
cabe en su rosario
cuántos deseos
cuántos avesados

¿Será, María, que el tiempo perdura más?
¿Será que la vida nos guarda un poco más?

Piano, voz y muestra: Yantó

12. Nós estamos aqui

(Ailton Krenak)

Enquanto tiver gente por aqui

nós também estamos aqui

Voz: Ailton Krenak

Samples: Yantó

12. We are here

(Ailton Krenak)

[Ailton Krenak is a prominent Indigenous Brazilian leader, environmentalist, and philosopher. He belongs to the Krenak people, and his work primarily focuses on indigenous rights, environmental conservation, and social justice. Ailton Krenak gained international recognition for his activism and his role in advocating for the rights and well-being of Indigenous communities in Brazil. He is known for his thought-provoking speeches, writings, and public appearances, where he addresses the challenges and threats facing Indigenous peoples, as well as the urgent need for environmental preservation in Brazil and beyond.]

As long as there are people here,
We are here too.

Samples: Yantó

12. Nosotros estamos aquí

(Ailton Krenak)

[Ailton Krenak es un destacado líder indígena brasileño, ecologista y filósofo. Perteneciente al pueblo Krenak, su trabajo se centra principalmente en los derechos indígenas, la conservación del medio ambiente y la justicia social. Ailton Krenak ha ganado reconocimiento internacional por su activismo y su papel en la defensa de los derechos y el bienestar de las comunidades indígenas en Brasil. Es conocido por sus discursos reflexivos, escritos y apariciones públicas, donde aborda los desafíos y las amenazas que enfrentan los pueblos indígenas, así como la urgente necesidad de preservación ambiental en Brasil y más allá.]

Mientras haya personas aquí,
Nosotros también estamos aquí.

Samples: Yantó

13. O Sangue

(Yantó)

nas paredes dessa casa, o sangue

na receita desse bolo, o sangue

no algodão dessa costura, o sangue

no batuque desse samba, o sangue

 

nos telhados da cidade, o sangue

e nas pedras dessa rua, o sangue

nas estátuas e bandeiras, o sangue

e na guerra em minhas veias, o sangue do brasil

 

é prova criminal

fetiche tropical

é o filho da glória e do trauma

pai da liberdade que tarda

brotando da ferida colonial

 

pela pátria e pela ordem, o sangue

pelo bem dessa família, o sangue

pelo deus que está acima, o sangue

pra salvar a economia, o sangue

 

no conforto em que me deito, o sangue

no silêncio em que me escondo, o sangue

na vergonha que me estanca, o sangue

e nas lágrimas inúteis, o sangue do brasil

 

é prova criminal

fetiche tropical

é o filho da glória e do trauma

pai da liberdade que tarda

brotando da ferida colonial

[POEMA INTERMEZZO (VERÔNICA BONFIM): 

Eu sou parte de você 

Somos um grão, uma gota, um sopro

De África até aqui, tudo é África

Por mais que você não queira, não saiba, não entenda, não veja ou não queira ver

Somos herdeiros do início de tudo, Somos o berço da humanidade 

Nós somos o futuro e ele é ancestral.

E quando você mirar sua imagem no leito do rio

E perceber que ela nunca será branca

O mesmo rio há de levar, lavar, limpar

O que te consome as entranhas

 

(VERGONHA)

 

E quando você ouvir tantos gritos perdidos no mar 

E perceber que eles nunca foram dos seus

O mesmo mar há levar, lavar, limpar

 

O SANGUE]

 

o sangue

um eco saturado

um grito sufocado

nesse pacto que fingimos não haver

mas todo dia, toda hora abre as portas

põe cadeiras, mesa cheia

e nós lavamos nossas mãos

seguindo em frente

afinal, não fomos nós

foram os pais, dos pais, dos pais, 

dos pais dos pais dos nossos pais

e a paz que apraz não é capaz

de reparar esse país

que ainda dorme desigual

que ainda come desigual

que ainda sangra desigual

que nasce e morre desigual

Percussão: Leandro Vieira

Synths, vocais, vocoders, piano e programações: Yantó

Participação especial e texto de interlúdio: Verônica Bonfim

13. O Sangue

(Yantó)

On the walls of this house, the blood,
In the recipe of this cake, the blood,
In the cotton of this sewing, the blood,
In the beat of this samba, the blood.

On the rooftops of the city, the blood,
And on the stones of this street, the blood,
In the statues and flags, the blood,
And in the war in my veins, the blood of Brazil.

It's criminal evidence,
A tropical fetish,
The child of glory and trauma,
Father of delayed freedom,
Sprouting from the colonial wound.

For the homeland and for order, the blood,
For the good of this family, the blood,
For the god above, the blood,
To save the economy, the blood.

In the comfort where I lie, the blood,
In the silence where I hide, the blood,
In the shame that stifles me, the blood,
And in the useless tears, the blood of Brazil.

It's criminal evidence,
A tropical fetish,
The child of glory and trauma,
Father of delayed freedom,
Sprouting from the colonial wound.

[INTERLUDE POEM (BY VERÔNICA BONFIM)

I am part of you

We are a grain, a drop, a breath

From Africa to here, everything is Africa

No matter how much you may not want, not know, not understand, not see, or not wish to see

We are heirs to the beginning of everything, we are the cradle of humanity

We are the future, and it is ancient.

And when you gaze at your reflection in the river's bed

And realize it will never be white

The same river shall carry, cleanse, purify

What consumes your very core

(SHAME)

And when you hear so many cries lost at sea

And realize they were never yours

The same sea shall carry, cleanse, purify

THE BLOOD]

The blood,
A saturated echo,
A stifled cry,
In this pact we pretend not to have,
But every day, every hour, it opens doors,
Sets up chairs, a full table,
And we wash our hands,
Moving forward,
After all, it wasn't us,
It was the parents, the parents' parents,
The parents of our parents' parents,
And the peace that pleases is unable
To mend this country
That still sleeps unequally,
That still eats unequally,
That still bleeds unequally,
That's born and dies unequally.

Percussion: Leandro Vieira
Synths, vocals, vocoders, piano, and programming: Yantó
Special participation and interlude text: Verônica Bonfim

13. O Sangue

(Yantó)

En las paredes de esta casa, la sangre
En la receta de este pastel, la sangre
En el algodón de esta costura, la sangre
En el ritmo de este samba, la sangre

 

En los techos de la ciudad, la sangre
Y en las piedras de esta calle, la sangre
En las estatuas y banderas, la sangre
Y en la guerra en mis venas, la sangre de Brasil

 

Es prueba criminal
Fetiche tropical
Es el hijo de la gloria y del trauma
Padre de la libertad que tarda
Brotando de la herida colonial

 

Por la patria y por el orden, la sangre
Por el bien de esta familia, la sangre
Por el dios que está arriba, la sangre
Para salvar la economía, la sangre

 

En la comodidad en la que me acuesto, la sangre
En el silencio en el que me escondo, la sangre
En la vergüenza que me paraliza, la sangre
Y en las lágrimas inútiles, la sangre de Brasil

 

Es prueba criminal
Fetiche tropical
Es el hijo de la gloria y del trauma
Padre de la libertad que tarda
Brotando de la herida colonial

 

[POEMA INTERMEZZO (VERÔNICA BONFIM):
Yo soy parte de ti
Somos un grano, una gota, un soplo
De África hasta aquí, todo es África
Por más que no quieras, no sepas, no entiendas, no veas o no quieras ver
Somos herederos del principio de todo, Somos la cuna de la humanidad
Nosotros somos el futuro y él es ancestral.

Y cuando mires tu imagen en la orilla del río
Y te des cuenta de que nunca será blanca
El mismo río ha de llevar, lavar, limpiar
Lo que te consume las entrañas

Y cuando escuches tantos gritos perdidos en el mar
Y te des cuenta de que nunca fueron tuyos
El mismo mar ha de llevar, lavar, limpiar

LA SANGRE]

La sangre

Un eco saturado

Un grito sofocado

En este pacto que fingimos no existir

Pero cada día, cada hora abre las puertas

Pone sillas, mesas llenas

Y lavamos nuestras manos

Siguiendo adelante

Después de todo, no fuimos nosotros

Fueron los padres, de los padres, de los padres,

De los padres de los padres de nuestros padres

Y la paz que complace no es capaz

De reparar este país

Que aún duerme desigual

Que aún come desigual

Que aún sangra desigual

Que nace y muere desigual

Percusión: Leandro Vieira
Sintetizadores, vocales, vocoders, piano y programaciones: Yantó
Participación especial y texto de interludio: Verônica Bonfim

14. Fim

(Yantó)

queria crer num novo sol

que nos trouxesse nova utopia

queria ver num deus algoz

uma saída além da vida

 

minha avó morreu na guerra

minha mãe enlouqueceu

minha filha puxa o ar

da inocência sem saber

do futuro como água

que já cobre até o nariz

sem piedade à covardia

que nos trouxe aqui

 

como é possível continuar

bailando à beira do precipício

nenhuma nave há de nos salvar

desse desastre que permitimos

minha avó morreu na guerra

minha mãe enlouqueceu

minha filha puxa o ar

da inocência sem saber

do futuro como água

que já cobre até o nariz

sem piedade à covardia

que nos trouxe aqui

 

sem certezas

regar as plantas

olhar nos olhos

forjar uma reinvenção

dia a dia

colher saudades

quebrar correntes

amar pelos que virão

minha avó morreu na guerra

minha mãe enlouqueceu

minha filha puxa o ar

da inocência sem saber

do futuro como água

que já cobre até o nariz

sem piedade à covardia

que nos trouxe aqui

Bateria: Alana Ananias

Viola e violino: Catarina Rossi

Guitarras: Tó Brandileone

Synths, vocais, vocoders, piano, programações e arranjo de cordas: Yantó

14. Fim (End)

(Yantó)

I wished to believe in a new sun
That would bring us a new utopia
I wished to see in a cruel god
An exit beyond life

My grandmother died in the war
My mother went insane
My daughter breathes the air
Of innocence, unaware
Of the future, like water
Already rising to our noses
Unmerciful to the cowardice
That brought us here

How is it possible to go on
Dancing on the edge of the precipice
No ship will save us
From this disaster we allowed

My grandmother died in the war
My mother went insane
My daughter breathes the air
Of innocence, unaware
Of the future, like water
Already rising to our noses
Unmerciful to the cowardice
That brought us here

Without certainty
Water the plants
Look into the eyes
Forge a reinvention
Day by day
Harvest memories
Break the chains
Love for those who will come

My grandmother died in the war
My mother went insane
My daughter breathes the air
Of innocence, unaware
Of the future, like water
Already rising to our noses
Unmerciful to the cowardice
That brought us here

Drums: Alana Ananias
Viola and violin: Catarina Rossi
Guitars: Tó Brandileone
Synths, vocals, vocoders, piano, programming, and string arrangement: Yantó

14. Fim (Fin)

(Yantó)

Quería creer en un nuevo sol
Que nos trajera una nueva utopía
Quería ver en un dios verdugo
Una salida más allá de la vida

Mi abuela murió en la guerra
Mi madre enloqueció
Mi hija respira el aire
De la inocencia sin saber
Del futuro como agua
Que ya cubre hasta la nariz
Sin piedad hacia la cobardía
Que nos trajo hasta aquí

¿Cómo es posible seguir
Bailando al borde del precipicio?
Ninguna nave nos salvará
De este desastre que permitimos

Mi abuela murió en la guerra
Mi madre enloqueció
Mi hija respira el aire
De la inocencia sin saber
Del futuro como agua
Que ya cubre hasta la nariz
Sin piedad hacia la cobardía
Que nos trajo hasta aquí

Sin certezas
Regar las plantas
Mirarnos a los ojos
Forjar una reinvención
Día a día
Cosechar nostalgias
Romper cadenas
Amar por los que vendrán

Mi abuela murió en la guerra


Mi madre enloqueció
Mi hija respira el aire
De la inocencia sin saber
Del futuro como agua
Que ya cubre hasta la nariz
Sin piedad hacia la cobardía
Que nos trajo hasta aquí

Batería: Alana Ananias
Viola y violín: Catarina Rossi
Guitarras: Tó Brandileone
Sintetizadores, vocales, vocoders, piano, programaciones y arreglo de cuerdas: Yantó

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